Ter qualidade de vida é uma meta que a maioria das pessoas possui. Entretanto, hoje em dia, é cada vez mais difícil atingir essa desejada qualidade de vida, já que a nossa rotina é cada vez mais complexa. Manter hábitos saudáveis, praticar exercícios físicos regularmente, beber água e alimentar-se bem ajudam a ter qualidade de vida. Mas vocês sabiam que morar ou trabalhar em um edifício sustentável também colabora com a nossa qualidade de vida?

Nós, seres humanos, percebemos e sentimos o mundo à nossa volta através dos nossos 5 sentidos: visão, audição, olfato, tato e paladar. Se uma pessoa tem uma deficiência em algum desses sentidos, outro sentido é bastante exercitado e auxilia na percepção da vida. É o que acontece com os deficientes visuais que possuem uma audição ou olfato acentuados e conseguem viver com qualidade.

O grande escritor Oliver Sacks, neurologista e professor da Universidade de Columbia, discorreu sobre esse tema no livro “O Olhar da Mente”, lançado em 2010. Compreender o dilema complexo e atual que existe entre a nossa mente e o cérebro, entender o quanto nós moldamos as nossas sensações através do cérebro e pelas experiências que vivemos não é nada simples. Aliás, o próprio escritor foi perdendo a visão e a capacidade de ler, até falecer em 2015.

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A sinestesia é a o cruzamento das sensações humanas, a relação espontânea que se verifica entre percepções de caráter diverso, mas intimamente interligadas. Por exemplo, um determinado ruído pode provocar uma imagem particular em uma pessoa, trazer lembranças boas ou ruins e desencadear uma sequência de emoções. A psicologia ambiental e a arquitetura comportamental estudam essas relações do ambiente e do comportamento humano. Por causa da sinestesia, nós devemos buscar o conforto nos ambientes para conseguir atingir a qualidade de vida.

Existem vários tipos de conforto: térmico, acústico, visual, lumínico, olfativo e ergonômico. Todos variam através de diferentes abordagens do espaço, como temperatura, umidade, velocidade do ar, sons, iluminação, cores, qualidade do ar, antropometria, medidas e proporções etc. Os diferentes tipos de conforto são afetados também pelos componentes culturais, pela fisiologia humana e pelos valores subjetivos pessoais. A somatória dessas influências resulta no conforto ambiental, ou conforto humano. Os edifícios sustentáveis privilegiam o conforto humano, ou seja, são feitos para que você se sinta bem!

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As certificações ambientais como LEED e WELL são as ferramentas desenvolvidas para conseguir medir os diferentes parâmetros nos edifícios e atingir o complexo objetivo de fazer as pessoas se sentirem bem.

O GBC Brasil, em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), realizou uma pesquisa, entre 2015 e 2017, em edifícios certificados em São Paulo para conferir o incentivo à saúde e ao bem-estar dos ocupantes. Foram avaliadas as percepções de mais de 400 pessoas, que responderam anonimamente a um questionário sobre as instalações físicas do ambiente em que trabalham – escritórios certificados LEED CI. O nível de satisfação encontrado, de uma forma geral, foi de 76,7% de pessoas satisfeitas com o seu local de trabalho e o entorno. Um índice tão alto de satisfação foi conseguido, pois estes edifícios possuem certificação ambiental.

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Como a satisfação com o ambiente é um dos fatores resultantes da sinestesia para gerar o conforto humano e influenciar a qualidade de vida, podemos comprovar que os edifícios sustentáveis realmente contribuem para o nosso bem-estar e melhoria da qualidade de vida.

Texto escrito por Eleonora Zioni.

Fonte: GBC Brasil

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