Você sabia que, atualmente, o setor de edificações consome mais energia elétrica do que a indústria? Pois é, os dados do Balanço Energético Nacional de 2017 apontam que o setor de edificações representa 51% do consumo total de eletricidade no país, enquanto o setor industrial representa 38%.

Mas, como isso é possível?

Por conta da crise econômica, a indústria brasileira teve uma redução das atividades produtivas, registrando uma queda de 4,7% em relação ao ano passado. Além disso, embora as edificações possuam menor intensidade de uso energético por área, elas estão em maior escala numérica.

É importante notar também que o consumo de eletricidade em edificações no país aumentou em 52% nos últimos 10 anos. Os edifícios estão maiores e mais complexos, com mais tecnologias e equipamentos elétricos. Além disso, a demanda por conforto também aumentou, o que resultou no aumento da utilização do ar-condicionado.

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Com tanta demanda por eletricidade e em meio à crise hídrica, vemos, a cada ano, o aumento da tarifa de energia, que resulta em contas de luz mais caras para os consumidores.

E agora, o que é possível fazer para economizar energia?

Abaixo listamos algumas medidas para ajudar:

  • 1º passo: Identificar o perfil de consumo da sua edificação

Conhecer é o primeiro passo para reduzir! É necessário fazer uma avaliação da sua edificação para saber quais são os maiores sistemas e equipamentos consumidores de energia e o quanto isso representa de custo ao longo do ano. Ter medidores individuais de energia facilita o processo.

Nas residências, por exemplo, o consumo dos chuveiros, geladeiras, e, ultimamente, ar-condicionado, são bastante expressivos. Já em edificações comerciais, o ar-condicionado e a iluminação representam mais da metade do consumo da edificação.

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Também existem ferramentas gratuitas que podem facilitar o processo, como o simulador de consumo oferecido no site da LIGHT e a ferramenta de autoavaliação do SEBRAE. Existe também uma plataforma que oferece o serviço de diagnóstico energético para pequenos e médios imóveis, sem custo, e já sugere algumas medidas de eficiência energética com cálculos simplificados de custo de investimento, economias e payback.

Caso o edifício seja novo, o comprador ou inquilino precisa verificar qual o nível de eficiência energética da edificação, e se ele possui alguma certificação ou etiquetagem de construção sustentável, como o PBE Edifica, AQUA, LEED ou outros. Normalmente essas informações constam no manual do proprietário.

Desta forma, é possível saber se o edifício foi projetado para ser eficiente. Se a edificação não foi avaliada, basta solicitar uma avaliação para verificar a conformidade com metodologias de desempenho, como o PBE edifica. Para obter esta etiqueta, é necessário contratar uma empresa acreditada. Para mais informações, clique aqui!

  • 2º passo: Gestão energética

Todo edifício precisa ter uma pessoa responsável por monitorar o consumo de energia. Alguém que conheça os sistemas da edificação e cuide da operação do dia a dia. Dentre suas atribuições, é necessário que o gestor organize as faturas, mensalmente, em planilhas e verifique se batem com as leituras dos medidores.

Outras dicas importantes:
  1. Identificar anomalias de consumo;
  2. Verificar e solicitar a manutenção de equipamentos;
  3. Cuidar para que os quadros elétricos estejam sempre seguros e bem identificados;
  4. Estabelecer procedimentos, horários para o uso de equipamentos e espaços compartilhados.
  • 3º passo: Mudança de hábitos

Não há como negar: quem consome energia são as pessoas! Portanto, bons hábitos e costumes precisam ser incentivados. Não há como ter uma edificação eficiente sem ter o apoio dos usuários. Por isso, é muito importante realizar campanhas de conscientização que incentivem a redução de horas de operação e/ou potência utilizada.

Veja alguns exemplos:
  1. Não deixar a iluminação acesa 24 horas nos estacionamentos, já que, dependendo do tipo de edificação, é possível aproveitar a iluminação natural durante o dia, evitando o consumo desnecessário.
  2. Não deixar a sauna ligada quando estiver desocupada.
  3. Acionar a bomba da piscina apenas o tempo necessário para filtrar o volume de água.
  4. Procurar manter o ar-condicionado em temperaturas entre 22 e 24ºC.
  5. Apagar as luzes não deixar equipamentos ligados, como computadores e ar-condicionado, após sair dos ambientes.
  • 4º passo: Compras de equipamentos eficientes

Hoje em dia, muitos equipamentos elétricos já possuem a etiqueta do Inmetro, que indica seu nível de eficiência, classificado de A a E. É muito importante adquirir equipamentos nível A do Inmetro, com o Selo do Procel. Esta é uma garantia de que o equipamento tem um bom desempenho e consome menos energia.

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Para consultar a classificação energética e o consumo dos mais variados produtos no mercado, clique aqui.

  • 5º passo: Estabelecer planos e definir metas (benchmarking)

Como é possível saber se a sua edificação está consumindo mais ou menos do que deveria?

Simples: já existe uma plataforma online que possui um banco de dados de consumo de edificações e que compara o consumo energético de seu edifício com o de outros edifícios de uso semelhante no mercado – isso se chama benchmarking de energia operacional. Clique aqui e descubra qual o nível de consumo da sua edificação!

No momento, estão disponíveis os benchmarks para agências bancárias e edifícios comerciais, e, em breve, serão lançadas para edificações públicas e demais tipologias. No setor residencial, também existem trabalhos interessantes de coleta de dados que podem ser consultados como o do Secovi-SP.

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Através do resultado do benchmarking, é possível saber qual seria o nível de consumo considerado “boa prática” ou “eficiente” e estabelecer metas de desempenho para os próximos anos.

Como vimos, existem diversas maneiras de economizar energia, muitas vezes de zero ou baixo custo. É necessário avaliar cada caso para definir qual o potencial de economia da edificação. Para todas estas etapas, em edifícios mais complexos, também é possível contratar um especialista para fazer o serviço, chamado de diagnóstico energético e gestão energética.

Então, você já sabe! Siga esses passos e reduza o consumo de energia da sua edificação! 🙂

 

* Texto escrito por Rosane Fukuoka da Mitsidi Serviços e Projetos Ltda.

** Este post faz parte da parceria do Secovi Rio com o Projeto de Eficiência Energética em Edificações (EEB Lab), do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).

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