É fato que as relações humanas estão migrando para os meios virtuais, por conta da evolução da tecnologia. Mas ainda há quem aposte no contato físico como a melhor forma de socialização.  Camila Ribeiro é uma delas.  Ela criou em 2014 o site Tem Açúcar?, a fim de estimular vizinhos a serem mais solidários entre si. Funciona assim: a pessoa faz uma busca daquilo em que está precisando, como uma furadeira, por exemplo, e então o site começa a procurar um vizinho cadastrado que tenha disponível aquilo que é necessário e envia uma notificação ao requerente. Depois, as pessoas combinam a forma e a duração do empréstimo. Em uma quarta etapa, ainda é possível fazer uma avaliação da experiência que será compartilhada com os demais usuários.

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Estudante de Economia de Compartilhamento no The Gaia Institute (entidade ligada à ONU), Camila conta como tudo começou:

“Eu tentava encontrar uma forma de economia que focasse no acesso e não na posse dos bens de que você está precisando. Pesquisei outras plataformas do tipo no exterior e resolvi trazer para o Brasil”- explica. Para ela, a convivência entre vizinhos está mais frágil devido à ideia de individualismo que o capitalismo prega e inciativas como essa podem tornar a sociedade mais integrada e solidária, a partir do uso da tecnologia.

Pensando em reduzir um pouco este individualismo citado por Camila, Ieda Bezerra da Silva, síndica do Edifício Winston, no Leme, não usou recursos de tecnologia, mas fez parceria com uma drogaria próxima para oferecer um dia de saúde aos moradores e aos transeuntes da Avenida Princesa Isabel. Ocorrido no final de Junho, o evento recebeu 106 pessoas que puderam aferir a pressão arterial e receber dicas de como comprar medicamentos mais baratos.

A síndica Ieda durante o atendimento em parceria com a drogaria. Foto: Daniel Wander
A síndica Ieda durante o atendimento em parceria com a drogaria.
Foto: Daniel Wander

Aos 58 anos, a psicóloga, que cuida do condomínio há 15 anos, conta que o interesse em fazer uma campanha como essa surgiu por causa de seu irmão, que tem esquizofrenia.

“Eu descobri que poderia comprar os medicamentos que ele usa muito mais baratos ou até mesmo conseguir de graça. Como vejo que muitas pessoas do meu prédio utilizam medicação controlada para a pressão, fui saber se esses descontos se estendiam a esses medicamentos e o farmacêutico me disse que sim”– declara a síndica, que pretende oferecer aulas de ginástica e outras atividades aos moradores.

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Foto: Daniel Wander

Para Ieda, o ser humano gosta de ficar sozinho e ela tenta ao máximo quebrar um pouco gelo e cita como exemplo dessa tentativa o porteiro Humberto, que é bastante comunicativo e conta com grande apreço dos moradores. Ela acredita ser possível trazer informação sem se utilizar a tecnologia das redes sociais, “pois elas podem impedir uma questão mais próxima entre os moradores” e brinca: “Nós nos utilizamos do meio de comunicação virtual mais simples que é o e-mail”.

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