Saiba como síndica adotou energia solar e reduziu os gastos do prédio

A tarefa de síndico muitas vezes pode parecer fácil, mas nesse caso específico ficou longe disso. O condomínio Augusto Cesar Cantinho, em Botafogo, possui 98 apartamentos divididos em 24 pavimentos, que incluem cobertura com piscinas, sauna e churrasqueira, subsolo, garagens, playground, salão de festas e outras áreas de lazer.

Cobertura do Ed. Augusto Cesar Cantinho, Botafogo - RJ.
Cobertura do Ed. Augusto Cesar Cantinho, Botafogo – RJ.

“Sou gestora por formação e, quando assumi a sindicatura, constatei o muito que precisava ser feito para implementar uma gestão eficaz. Foram vários anos de trabalho intenso, contando com o inestimável apoio dos Conselheiros, para que o condomínio se tornasse sustentável e servisse como exemplo para outros que querem melhorar a gestão” – contou a sindica Henriette Krutman, que faz questão de investir na qualidade de vida de moradores e funcionários, como vimos na Parte I.

Além de todas as ações sustentáveis presentes no condomínio, a síndica precisou tomar uma importante decisão para reduzir os gastos com energia do prédio e acabou transformando-o no maior prédio do Brasil com água (cerca de 40 mil litros/dia) aquecida por energia solar.

ENERGIA SOLAR

De acordo com Henriette, o seu edifício foi construído na década de 80, quando era costume utilizar caldeiras movidas a gás para o aquecimento da água de todo o prédio. Quando iniciou a sua gestão, a síndica lidava com contas de gás absurdas, que chegou ao valor histórico de R$ 15 mil/mês em 2007.

Além disso, as caldeiras estavam muito velhas, por já estarem em atividade por mais de 20 anos. Para trocar por novas em bom estado, o custo ficaria em torno de R$ 80 mil. Com isso, a síndica começou a investigar uma nova alternativa, que pudesse ser mais sustentável para o prédio. Daí surgiu a ideia dos painéis solares, que utilizam o calor do sol para aquecer a água. São 40 placas ao todo. Para os dias de pouca incidência solar, foram instaladas bombas de calor auxiliares.

condominio-investe-em-acoes-sustentaveis-energia-solar-2
São 40 placas que garantem energia solar para o aquecimento de água do prédio.

“Quando não há energia solar disponível para o aquecimento (durante a noite, dias chuvosos etc.), entram em funcionamento as bombas de calor, mantendo a água aquecida no reservatório para suprir a demanda” – comenta Henriette, que explica ainda como funciona o sistema: da cisterna (no subsolo), a água é bombeada até a cobertura, passando pelo filtro central antes de entrar na caixa de água fria. De lá, ela passa a circular pelos painéis solares para ser aquecida. Quando atinge a temperatura ideal, é armazenada na caixa térmica (de água quente).

Instalação do equipamento de energia solar

Iniciado em 2008, o contrato funcionou em sistema de Leasing  – Operação de crédito de longo prazo para pessoas físicas e jurídicas, em que a empresa de Leasing adquire um bem determinado pelo cliente e para uso deste por arrendamento. Ao final, o cliente pode adquirir o bem por um valor residual garantido, preestabelecido em contrato.

Economia em números

O leasing teve duração de quatro anos ao custo médio mensal de R$ 7 mil, o que já significou uma economia absurda se comparada aos R$ 15 mil que eram gastos com o gás utilizado pelas caldeiras.

Entre agosto de 2008 e junho de 2014, a média do consumo de energia elétrica pelas bombas de calor foi de R$ 3.590,00/mês. Isso mostra que a substituição do sistema movido a gás pelas placas de aquecimento solar e bombas de calor resultou em uma belíssima economia mensal de cerca de R$ 12.000,00.

Henriette tem no porteiro-chefe Beto, um aliado para implantar as ações sustentáveis no condomínio.
Henriette tem no porteiro-chefe Beto, um aliado para implantar as ações sustentáveis no condomínio.

 “Para nós foi perfeito, pois a conta de gás era absurdamente alta; acredito que este é um investimento de longo prazo válido para qualquer condomínio que tenha sistema de aquecimento central da água, pela significativa economia” – afirma Henriette, que também destaca que toda a água consumida no prédio passa antes por filtro central capaz de filtrar 5 mil e 500 litros de água por hora. O resultado? Água filtrada em todas as torneiras e chuveiros do prédio; é realizada uma retrolavagem a cada 15 dias para manter a limpeza dos elementos filtrantes.

Muito bacana o exemplo da Henriette, né? Se você também tem um case de sucesso no seu prédio, envie sua história pra gente através do condominiosverdes@secovirio.com.br

Comentários