A compostagem doméstica pode ser definida como um processo de reciclagem ecológica, que oferece um destino útil ao lixo orgânico, transformando os restos de alimentos em adubo para plantas de forma sustentável.  À primeira vista pode parecer complicado e foi justamente da busca por alternativas para simplificar este sistema e disseminar informações a respeito do reaproveitamento de resíduos orgânicos que nasceu o movimento Composta São Paulo, uma iniciativa da prefeitura em parceria com a empresa de soluções ambientais Morada da Floresta para levar aos lares paulistanos um incentivo à prática da compostagem orgânica.

Por meio de uma plataforma online com informações claras e vídeos explicativos sobre as diferentes etapas do processo de compostagem, o Composta São Paulo recebeu mais de dez mil inscrições de moradores de apartamentos e casas interessados em participar do projeto, que selecionou dois mil domicílios de diferentes perfis para receberem uma composteira doméstica e participarem das oficinas de compostagem e plantio durante um período de quatro meses.

Segundo o Ipea, material orgânico representa 52% do lixo produzido no Brasil

O resultado parcial já surpreende: entre mais de dois mil domicílios contemplados com as composteiras, o movimento conseguiu fazer com que quase sete mil pessoas praticassem a compostagem dentro de casa. Deste total, cerca de 98% se dizem satisfeitos com a compostagem doméstica e acreditam no seu potencial para melhorar a questão do tratamento de resíduos na cidade. O coordenador do projeto, Cláudio Spínola, afirma ainda que 83% das famílias cadastradas realizam a compostagem de mais da metade dos resíduos orgânicos que produzem.

Cláudio Spínola, coordenador do Composta São Paulo e da Morada da Floresta

Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o material orgânico corresponde a cerca de 52% do volume total de resíduos produzidos no Brasil. Imagine que tudo isso vai parar em aterros sanitários, onde são depositados com os demais e não recebem nenhum tipo de tratamento.

Por esta razão, a compostagem doméstica vem se consolidando como uma importante ação socioambiental, contribuindo não só para a preservação do solo e a redução de gases de efeitos estufa, como para a melhoria da saúde da população, uma vez que os adubos orgânicos bem cultivados são livres de agrotóxicos e compostos químicos não naturais, que impactam diretamente na qualidade dos nossos alimentos.

Parabenizamos a Prefeitura de São Paulo por incentivar o desenvolvimento sustentável nas residências e ficamos na torcida para que o movimento chegue ao Rio de Janeiro e possa contemplar nossos condomínios com esta que é uma iniciativa vital para o crescimento das práticas de sustentabilidade na nossa cidade maravilhosa.

*Matéria publicada na Revista Secovi Rio edição 93

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