Lançado pelo Ministério do Meio Ambiente em julho de 2018, o “Pequeno guia prático para a agricultura urbana”, mostra os benefícios de se plantar na cidade, pois além de aumentar a segurança alimentar, traz atratividade para os espaços públicos, diminui alagamentos, filtra a poluição do ar, conserva água e o solo, e conscientiza a população de que todos temos o poder de tornar o mundo mais sustentável.

Para que o engajamento ambiental aconteça é importante que cada um tenha uma postura de responsabilidade para com as futuras gerações e compreenda que os recursos naturais são finitos e que toda a vida no Planeta não será viável se não for garantida a capacidade de renovação desses recursos.

O ritmo frenético das grandes cidades dessensibiliza seus moradores para a natureza e a agricultura urbana é uma forma de ocupação sensível do espaço, um resgate da nossa humanidade, pelo desejo de uma alimentação saudável. E trata-se de um ciclo virtuoso: as famílias se alimentam melhor, convivem mais em comunidade, multiplicam a experiência. A cidade, por sua vez, respira um ar melhor, absorve melhor as águas que recebe das chuvas, fica mais bonita. O cultivo orgânico de alimentos — como hortaliças e ervas — e outras plantas nas cidades busca reaproximar moradores das metrópoles do plantio, promover a alimentação saudável e também intervir no espaço urbano, transformando áreas ociosas.

A cartilha reúne técnicas, conceitos, explicações e outras informações a respeito das hortas urbanas. Veja os 4 principais pontos do Guia:

1 – RECONHECIMENTO DAS ESPÉCIES INDICADORAS

Depois de obter a autorização dos responsáveis pelo espaço a ser cultivado, seja público ou privado, e organizar um grupo interessado em implementar e manter o cultivo, o material recomenda identificar espécies já existentes naquele solo – nos casos em que ele não está totalmente empobrecido – para ajudar a orientar a escolha de plantas mais adequadas para o local.

O guia cita plantas que conseguem vingar em solos pobres, como a carqueja, e outras para solos mais férteis, como a mamona.

2 – DESENHO DOS CANTEIROS

Alguns cuidados básicos são necessários na delimitação de um canteiro. Primeiro, é preciso ser capaz de alcançar, de fora do canteiro, todas as plantas que estão dentro dele. Pisar dentro é prejudicial porque compacta a terra.

A posição em relação ao sol também é importante, e por isso os canteiros devem estar na direção norte-sul, o que impede que uma planta faça muita sombra ao longo do dia. A quantidade de Sol necessária e em qual período do dia também varia de acordo com a planta. Hortaliças, por exemplo, “preferem” o Sol da manhã.

Para evitar o gasto de energia com a manutenção da horta, o ideal é que os canteiros fiquem próximos a um ponto de água.

3 – ‘A TECNOLOGIA DA FLORESTA’

A agrofloresta, sistema agrícola que combina plantas agrícolas e florestais, é a forma de cultivo preconizada pelo guia.

Como na floresta, o solo é coberto por folhas e galhos – camada chamada de serapilheira.

A decomposição fornece alimento para todos os organismos que vivem debaixo da terra, que por sua vez alimentam as plantas. Mais de uma espécie é plantada por canteiro.

“Elas se ajudam e trocam nutrientes entre si pela teia de raízes e fungos debaixo da terra. Quanto maior a diversidade de espécies, mais rico o ambiente se torna, atraindo os polinizadores, essenciais para a formação dos nossos legumes e frutas”, explica o guia.

4 – MANEJO DIÁRIO

Uma vez plantadas, há a manutenção, que inclui poda, irrigação, adubação e compostagem. O material dá instruções sobre cada procedimento e algumas dicas específicas relativas à influência das fases da Lua sobre as plantas. Da lua minguante à lua nova, a seiva se concentra nas raízes, e da lua crescente à cheia, nos caules e folhas.

Isso significa que o melhor período para a poda é a lua minguante. A poda deve ser feita sempre com um corte limpo, evitando rachaduras no caule. A planta se recupera mais rápido e não gasta energia com a cicatrização. A lua cheia é melhor para plantar, pois estimula a brotação e diminui o tempo de adaptação do cultivo.

Clique aqui para fazer o download do “Pequeno guia prático para a agricultura urbana”.

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