Selos sustentáveis valorizam imóveis e reduzem custos de operação dos edifícios

O valor das construções com projetos registrados para receber certificações de obra sustentável já atinge 10% do total do PIB de edificações – subdivisão do PIB da construção civil, que exclui obras de infraestrutura. Há quatro anos, os prédios verdes não ultrapassavam 3% do PIB setorial.

Os dados são de estudo realizado pela EY (antiga Ernst & Young) em levantamento que analisa a movimentação econômica da construção verde no Brasil, mostrando um aumento considerável de empreendimentos sustentáveis na composição do PIB de Edificações ao longo dos últimos três anos.

Em entrevista recente à publicação Mundo Imobiliário, do Secovi RS, o Diretor do Green Building Council Brasil, Felipe Faria, falou sobre esse crescimento de prédios verdes no país e como o investimento em certificações ambientais acaba gerando a valorização de imóveis e redução de custos operacionais na vida útil dos prédios verdes.

Confira abaixo:

Como o viés sustentável saiu do modismo e conquistou de fato o segmento da construção civil?

Felipe Faria: A construção sustentável oferece benefícios às diversas partes evolvidas em um empreendimento imobiliário. Nas edificações corporativas, destaca-se a valorização e o aumento da velocidade de ocupação e da retenção, o que reduz o risco do investimento. Hoje, praticamente toda nova edificação corporativa construída ou em construção nas principais cidades do país foram certificadas LEED (Liderança em Energia e Design Ambiental) ou buscam a certificação.

Como o investimento em certificações se converte na valorização de um imóvel e na redução dos gastos operacionais futuros, com água e energia, por exemplo?

Felipe Faria: As edificações certificadas possuem um aumento do custo de construção de o a 4%. Este aumento depende do quanto antes se inicia o processo de planejamento com foco em construção sustentável. Ocorre que analisando o ciclo de vida de uma edificação de no mínimo 40 anos temos que o custo de construção representa apenas 11%, sendo 14% custo com financiamento e 75% custo operacional. Em média, reduzimos cerca de 20% a 30% de energia, e 30% a 50% do consumo de água, sendo que, considerando toda a redução operacional, incluindo também manutenção, renovação, segurança e outros, chegamos a 10% durante todo o ciclo de vida. Qualquer acréscimo sugere um retorno de investimento de curto ou no máximo médio prazo.

Quais os materiais de baixo impacto para o meio ambiente que vêm ganhando mais destaque nas green buildings (prédios verdes)?

Felipe Faria: Tintas, vernizes e selantes com baixo teor de compostos químicos voláteis e produtos provenientes de materiais reciclados. Hoje, há fornecedores de aço com conteúdo 80% reciclado ou alumínio com 70% de conteúdo reciclado. Há, ainda, a madeira certificada com selo FSC (Conselho de Manejo Florestal), e priorização de fornecedores regionais, a fim de reduzir a emissão de poluentes através do transporte.

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*Fonte: Guia Construir e Reformar / Mundo Imobiliário Novembro 2014

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