A última edição do Brasil Solar Power, maior evento do setor fotovoltaico do Brasil, realizado nos dias 12 e 13 de junho, no Rio de Janeiro, consolidou a China como líder mundial de investimentos em energia solar. Ainda que a geração de energia do país seja bastante questionada, já que 66% são provenientes do carvão, a China possui metas ambiciosas que visam mudar drasticamente este cenário. Até 2050, o país pretende fazer uma verdadeira revolução em sua matriz energética focando sua produção em fontes renováveis.

Algumas razões contribuíram para o rápido crescimento da geração de energia solar na China, como a queda do preço dos painéis fotovoltaicos e a adoção de diversas políticas governamentais em prol da produção desta energia. Outra medida importante foi o investimento do governo no setor que, somente em 2017, gastou cerca de US$ 86,5 bilhões em energia solar.

Outro fator determinante para o crescimento acelerado da energia solar no país foi a construção de grandes usinas em seu território. Um exemplo que chamou a atenção do mundo foi a usina em formato de panda inaugurada em julho de 2017. Localizada na cidade de Datong, no norte da China, a usina tem aproximadamente o tamanho de 140 campos de futebol e sua capacidade instalada gira em torno de 100 MW.

Conforme já mostramos aqui no blog, o ano de 2017 foi excepcional para o setor solar fotovoltaico em todo o mundo e a China, mais uma vez, destacou-se na comparação com os demais países. Somente no ano passado, a China adicionou 53GW de potência instalada em sua matriz, totalizando 131GW, segundo a Agência Internacional de Energia. Vale lembrar que, apesar de todo o investimento, a matriz energética solar supre apenas 1% do consumo total no país.

O surpreendente desenvolvimento econômico da China ocorreu principalmente em virtude de sua produção industrial baseada no uso de carvão e combustíveis fósseis. Se por um lado o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu de forma veemente, por outro a qualidade de vida de seus habitantes foi fortemente prejudicada, devido às toneladas de gases tóxicos lançadas na atmosfera.

Promover uma mudança de atitude é uma questão emergencial no país e o investimento em energias renováveis é o caminho certo a seguir. Só esperamos que não seja tarde.

Imagem destacada: PNUD/Divulgação.

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